Há 15 dias, nos Angola Music Awards, que distinguem os profissionais da música naquele país, os grandes vencedores foram a cantora Yola Semedo e NGA, ambos com três galardões. Ele ganhou os prémios de Artista Masculino do Ano, Artista Mais Popular da Internet e Melhor Rap. Ao contrário dos outros nomes aqui assinalados, a música de Edson Silva, o nome de baptismo de NGA, não é kizomba ou semba. É rap. Em Portugal, é conhecido nos circuitos do hip-hop. Mas para o grande público é um ilustre desconhecido ,não espanta. Na actual cultura fragmentada, é cada vez mais difícil perceber o que é que a maioria consome. Existe cada vez mais distância entre a realidade e a informação possível que nos é dada pelas tabelas de vendas, pelos cartazes dos grandes festivais, pelo horário nobre das televisões, nas rádios para consumo massificado ou na maior parte dos jornais.Há uns anos parecia ser relativamente fácil perceber o que é que uma larga fatia da população ouvia.
E agora? Principalmente entre as novas gerações, torna-se cada vez mais difícil obter um desenho aproximado da realidade. Habituámo-nos a olhar para Portugal como um país onde nas últimas décadas reinou de forma hegemónica a cultura rock global.
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